segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Comportamento



Feminismo
Afinal, o que elas queriam?




O feminismo acabou, ou pelo menos transformou-se completamente. A reportagem de Roberto Amado  para revista ALFA com adaptações textuais do editor do Blog, Bruno Lucena, traz em síntese o retrato da degradação do movimento feminista.

Houve momentos da história em que as demandas das mulheres foram claras. Um deles aconteceu há pouco mais de 40 anos, quando o feminismo ganhou corpo, no Brasil e no Mundo, com reivindicações revolucionárias: igualdade social em todos os níveis, oportunidades de trabalhos semelhantes, fim da violência masculina, legalização do aborto, extinção dos padrões masculinos de beleza e em fim, a definitiva “exterminação da sociedade patriarcal”.

A revolução feminista, assim como todas as que foram pregadas nos anos de 1960 e 1970 não aconteceu, mas deixou seu legado. “Houve muitos avanços. Nas oportunidades de emprego, na qualidade dos salários, no respeito. Hoje ninguém mais fala ‘Vai pra cozinha Dona Maria’”, diz a professora Maria Elisa Cevasco que aborda essas questões no curso que ministra na faculdade de letras da USP.

O feminismo acabou ? Sim – ao menos aquele pregado por senhoras raivosas que não se depilavam para virar “objeto” . As mulheres assumiram seu desejo e fazem dele o que bem entendem. Caíram por terra todas as barreiras sociais ou morais. Elas podem escolher seus parceiros, ter relações em compromisso, praticar sexo apenas por prazer. Desenvolveram uma linguagem própria, em contraposição à masculina, para definir suas atividades. “Ficar” , essa palavra que designa quase todas as modalidades de relacionamento casual, é uma típica invenção feminina. Parece que, nesse campo, a conquista foi equiparar-se ao homem, replicar seu comportamento e não propor um novo paradigma nos relacionamentos – como seria de se esperar de um feminismo transformador.

Em fim, as mulheres conseguiram tudo o que reivindicavam, mas hoje o mundo assiste a degradação de um movimento tão fundamental para a evolução da raça humana. 

A última novidade em relação a esse feminismo diluído é a Marcha das Vadias. O movimento se iniciou no Canadá, após a palestra de um policial que aconselhava as mulheres a não usarem roupas de vadia para não correrem o risco de serem estupradas. A revolta local virou bandeira em favor de a mulherada se vestir como bem entende. Justo. Mas muitas das que participaram da versão da marcha na Avenida Paulista, em São Paulo, junho último, queriam apenas exibir acessórios atrevidos que dificilmente usariam em outra situação. Algumas admitiram que queriam ficar “bonitas e gostosas” Não é o caso de Bruna Provazi, uma das principais articuladoras da corrente no Brasil.

Então, o que querem as mulheres ? O escritor alemão Heimrich Zimmer (1890-1943) desenvolve no livro A Conquista Pisicológica do Mal um conto delicioso baseado na questão levantada por Freud. Nele o lendário Rei Arthur precisa responder à pergunta de maneira convincente para ser poupado da morte iminente. Depois de um périplo no limite entre o cômico e o trágico, consegue indulto com uma resposta tão simples e óbvia: “O que as mulheres mais desejam é a soberania sobre os homens”.



Um comentário:

  1. Obrigado Bruno pelo o comentario.

    Seu blog também está de parabéns.Vejo ele todos os dias!

    Bergson Pessoa - Universo Masculino!

    ResponderExcluir